O período de ditadura militar e repressão vivida pelos países
latino-americanos entre as décadas de 1950 e 1980 marcou definitivamente a
história do continente. Milhares de pessoas foram perseguidas, torturadas,
exiladas, mortas e muitas continuam desaparecidas. Contudo, esta série de
acontecimentos, principalmente o fim das liberdades individuais e dos direitos
humanos, motivou o surgimento de vários movimentos culturais de resistência ao
obscurantismo, censura e a repressão. Um desses movimentos é a manifestação
cultural chilena Arpilleras.
Arpillera, ou Juta em português, é uma técnica têxtil que possui
raízes numa antiga tradição popular iniciada por um grupo de bordadeiras de
Isla Negra, localizada no litoral chileno. Por meio de bordados e restos de
tecido feitos em sacos de batata ou farinha, a exposição permite ao visitante
conhecer o dia-a-dia de mulheres chilenas, que revelam suas vidas, lutas,
tristezas e pequenas alegrias. Durante a ditadura militar, muitas arpilleras
foram enviadas a Europa, junto com cartas, para denunciar o que estava
acontecendo no país, e, assim, conseguir algum tipo de ajuda. O ato foi
interpretado pelo governo chileno com mentiroso e subversivo.
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