sexta-feira, 7 de setembro de 2012

AS ARPILLERAS DO CHILE



Anônima. Chile, aproximadamente 1982. Acervo Kinderhilfe Chile/Bonn, Alemanha
O período de ditadura militar e repressão vivida pelos países latino-americanos entre as décadas de 1950 e 1980 marcou definitivamente a história do continente. Milhares de pessoas foram perseguidas, torturadas, exiladas, mortas e muitas continuam desaparecidas. Contudo, esta série de acontecimentos, principalmente o fim das liberdades individuais e dos direitos humanos, motivou o surgimento de vários movimentos culturais de resistência ao obscurantismo, censura e a repressão. Um desses movimentos é a manifestação cultural chilena Arpilleras.

Arpillera, ou Juta em português, é uma técnica têxtil que possui raízes numa antiga tradição popular iniciada por um grupo de bordadeiras de Isla Negra, localizada no litoral chileno. Por meio de bordados e restos de tecido feitos em sacos de batata ou farinha, a exposição permite ao visitante conhecer o dia-a-dia de mulheres chilenas, que revelam suas vidas, lutas, tristezas e pequenas alegrias. Durante a ditadura militar, muitas arpilleras foram enviadas a Europa, junto com cartas, para denunciar o que estava acontecendo no país, e, assim, conseguir algum tipo de ajuda. O ato foi interpretado pelo governo chileno com mentiroso e subversivo.

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