quarta-feira, 8 de agosto de 2012

OLHARES ÍBERO-AMERICANOS



Em setembro, a Baixada Santista se transforma em grande palco para o encontro de expressões teatrais, artistas, ideias, culturas e públicos diversos. A Revista E adianta os destaques da programação 

De 5 a 15 de setembro, o Sesc realiza a segunda edição do Mirada, Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos. O evento apresenta 38 espetáculos, 23 produções internacionais e 15 nacionais no Sesc Santos, em teatros, praças e ruas da cidade. Uma das novidades desta edição é que parte da programação também circula pelas cidades de Praia Grande, Bertioga, Cubatão, Guarujá e São Vicente. O evento é enriquecido com oficinas, debates, encontros e lançamentos editoriais, com destaque para O Teatro de Victor Garcia, livro de Jefferson Del Rios, sobre a vida e a obra do diretor e cenógrafo teatral argentino, publicado pelas Edições Sesc. 




O festival apresenta um panorama das artes cênicas contemporâneas, com espetáculos da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Espanha, México, Paraguai, Peru, Portugal, Uruguai e Venezuela. Entre os destaques da mostra ibero-americana, está a trilogia colombiana Sobre Alguns Assuntos de Família, do coletivo La Maldita Vanidad, a companhia portuguesa Artistas Unidos, os veteranos do Teatro de Los Andes, da Bolívia, o grupo Yuyachkani, do Peru, os cubanos do Argos Teatro e o El Joglars, da Espanha. 

“O Mirada é uma tentativa de confraternizarmos mais com os vizinhos, que têm questões culturais, políticas, sociais e econômicas mais próximas da nossa realidade. Estendemos os limites da América Latina e incluímos Portugal e Espanha no sentido de buscar raízes e entender a origem de nossas heranças culturais de uma maneira mais ampla”, afirma um dos coordenadores do evento, o assistente da Gerência de Ação Cultural do Sesc, Sidnei Martins.

Com sete espetáculos na programação, o México é o país homenageado de 2012. De acordo com Martins, a elaboração da mostra mexicana foi norteada pela tentativa de reunir espetáculos que dessem um panorama da diversidade de formas, temas e pesquisas de linguagem que compõem o teatro daquele país. “Então, há desde obras mais convencionais, como é o caso da Companhia Nacional de Teatro, que é uma grande companhia, oficial, com um traço mais voltado para o tradicional, até o trabalho do Alberto Villarreal, que é um dramaturgo relativamente jovem que pesquisa uma vertente pós-dramática”, acrescenta. 

A curadoria dos espetáculos internacionais foi realizada pelo diretor regional do Sesc, Danilo Santos de Miranda, o diretor artístico do Festival Ibero-Americano de Cádiz, Pepe Bablé, a consultora e diretora de teatro Isabel Ortega e o diretor do Teatro Julio Mario Santo Domingo de Bogotá, Ramiro Osório. Segundo Martins, a seleção dos espetáculos valorizou tanto companhias e realizadores consagrados em seus países como os da cena emergente mais ligada ao experimentalismo. 

A programação nacional do Mirada traz montagens de nove estados, buscando uma amostra da diversidade de temas e estéticas do teatro brasileiro atual. Entre os destaques estão obras de companhias consolidadas que fazem sua estreia no festival, como o Grupo Galpão (MG), dirigido pelo russo Jurij Alschitz, a Cia. dos Atores (RJ), de Enrique Diaz, a Cia. Amok (RJ) e o Grupo Piollin (PB), de Luiz Carlos Vasconcelos, além da Cia. Mundana (SP), que faz estreia nacional do espetáculo Pais e Filhos.

De acordo com Martins, essa mostra é uma oportunidade para que as plateias paulistas conheçam grupos com forte tradição em suas regiões, mas que não circulam muito no Sudeste, como é o caso do Teatro Máquina, de Fortaleza, no Ceará. Assim como a mostra internacional, parte dos espetáculos nacionais será encenada na rua, como é o caso das montagens da Cia. Carroça de Mamulengos, do Ceará; do grupo De Pernas pro Ar, do Rio Grande do Sul; e do Núcleo Ás de Paus, de Santa Catarina. 


A programação também é composta por dois espetáculos infantis, A Cortina da Babá, do grupo paulista Sobrevento; e O Fio Mágico, da Cia. Mão Molenga, de Pernambuco. Mais em: http://www.sescsp.org.br/mirada

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